"Nacionalização do BPN foi um grave erro"

O antigo presidente do BPN, que liderou o banco antes da nacionalização, defendeu hoje que essa opção foi um erro com grandes perdas para os contribuintes portugueses.
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"A nacionalização do BPN foi um grave erro. Foi uma escolha errada", disse Miguel Cadilhe aos jornalistas à margem da apresentação do livro "BPN - Estado a mais, supervisão a menos", editado pela Almedina. Questionado sobre o acordo estabelecido entre o governo português e a 'troika' internacional no âmbito da ajuda financeira, que prevê a alienação acelerada do BPN, Cadilhe disse que "o BPN hoje não é o mesmo banco do BPN" de 2008. "É totalmente distinto e vai ser muito difícil vendê-lo", declarou. Segundo Cadilhe, que esteve quatro meses na liderança do banco durante 2008, antes da nacionalização, "o BPN tem sido amputado e desvalorizou".

Por isso, considerou que "neste momento não há nada que evite as perdas para os contribuintes". Durante a apresentação do livro, que decorreu em Lisboa, os autores João Carvalho das Neves e Manuel Meira Fernandes, a exemplo de João Vicente Ribeiro, que apresentou a obra - todos administrados do banco no tempo de Cadilhe -, defenderam que havia uma alternativa válida à nacionalização, o chamado plano Cadilhe. A operação, dizem, evitaria que fossem os contribuintes portugueses a assumir o buraco financeiro - estimado em pelo menos dois mil milhões de euros - deixado na instituição fundada por Oliveira e Custa.

Os autores do livro dizem que todos os antigos administradores da era Cadilhe se reviram no relato dos factos que se desenrolaram entre a gestão do banqueiro e a nacionalização de Novembro de 2008, numa obra que lança críticas quer à actuação do Banco de Portugal, na qualidade de supervisor, quer ao Governo, na decisão da nacionalização.

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